Ai Meu Deus, Cangurus!! *-*: julho 2015

[....continuação da Grande Noite.]

...De alguma maneira, acordei no dia 24 no meu hotel. O lençol estava todo sujo de vermelho e azul, da tinta do meu cabelo. Sim, foi a coisa mais nojenta do mundo. No começo pensei “caramba, eu tava tão bêbada que suei um monte de noite e até saiu a tinta do meu cabelo”. Mas depois reparei na mancha amarela... Er, sim, eu vomitei e dormi em cima do meu vômito. Eca!!!!!! O arrependimento moral naquela hora foi terrível, e quase estragou minha viagem. Mas decidi não desistir e não deixar uma irresponsabilidade da minha parte estragar o sonho da minha vida. Vivendo e aprendendo!

Então conversei com aquele meu amigo coreano que foi comigo pra balada e ele me disse que me trouxe de volta de táxi quando a balada acabou. É por essa e por outras que eu digo – eu sou tão afortunada por conhecer pessoas tão boas! Deus realmente coloca anjos na minha vida, pra cuidar de mim quando eu faço besteira. Eu tenho é que tomar vergonha na cara e não ficar abusando dessa minha “sorte”.

O engraçado é que no dia seguinte tinha essa foto no meu celular hahahahhaha.

Então ao decorrer do dia fui lembrando de algumas partes da minha noite (e de como a foto apareceu)... Ok, mas deixando pra lá a história do nightclube da noite do dia 23, e voltando pro dia 24.... Lembra daquele brasileiro que conheci no Tinder? Ele tinha chego em Osaka no dia 24, e marcamos de ir almoçar em Dotonbori juntos. Foi muito legal conhecer ele, ele é um cara muito gente boa. Ele se chama Lucas e fala japonês!

O sushi train!

A gente foi num sushi train bem simplesinho, com uns sushis bem bizarros e diferentões. Mas para a minha tristeza, sushi no japão não é tão barato quanto eu pensava. Foi cerca de 140 ienes (1.5 dólares) por bandeijinha, mas meu amigo disse que as vezes encontramos promoções de sushi train por 100 ienes cada pratinho.

Eu e outro BR!

Depois do almoço eu e o Lucas fomos para um templo próximo ao meu hotel, Shitennoji temple. Infelizmente já tinha passado das 5pm então estava fechado. Mas passeamos pelas redondezas e tiramos algumas fotinhos. De noite combinamos de ir comer takoyaki e depois ir no Giraffe nightclube juntos. Mas dessa vez, sem álcool para mim! Eu estava meio traumatizada da noite anterior.

A gente no Giraffe! Tudo era tão chique lá!

Conhecemos um grupo de pessoas bem legal lá, dois meninos e duas meninas. Não lembro os nomes, mas um dos meninos era de Hong Kong e o outro da Malasia. Quando o Giraffe nightclube fechou lá pelas 2am, fomos para um outro clube, praticamente do lado, chamado G3, porque não precisávamos pagar já que éramos estrangeiros.

Lá no G3 dancei um monte, me diverti pra caramba também. No final da noite, conheci mais dois coreanos. Jesus, quanto coreano na minha vida! Acho que descobri minha preferência por caras coreanos na minha viagem ao Japão. Um deles falava inglês ok, mas o outro não. Sem problemas, quem quer se comunicar acha um jeito, né?. Ele ficava traduzindo as coisas no celular pra falar comigo hahahahah foi engraçado. Depois foi todo mundo para o Mc Donalds comer alguma coisa e esperar até que o metrô funcionasse de novo as 5am pra voltar pro hotel. Eu tava acabaaaaaada de cansada mas foi bem divertido.

Lucas, Oh, ?? e eu no Mc Donalds!

Agora, as fotos:

Adivinha? Mais vending machines...

O templo Shitennoji

A cara da ressaca

Namba Station

Essa era o tipo de máquina que vendia tiquetes nas estações. Parece muito complicado, mas na verdade é bem simples: Sempre tem um mapa grandão em cima das máquinas que indica o preço de ir da estação em que vc está até qualquer outra estação. Aí vc ve o preço, põe o dinheiro na máquina, escolhe o valor e ela vai imprimir um tíquete. Simples assim!

Saindo da Estação de Namba

Takoyaki em Dotonbori

Takoyaki

Dotonbori a noite!

Giraffe Nightclube

Balada!!!!

Sério, foi uma das melhores baladas que eu já fui na minha vida!

Oh fazendo pose pro símbolo da Glico! ahahhaha

Eu e minha cara "preciso dormir"

Bobos.

Japão, dia 3... Esse dia foi uma loucura, aconteceu tanta coisa!

No meu terceiro dia no Japão, já que o Toshi tinha aula o dia inteiro, eu tinha o dia para explorar a cidade “by myself”! Decidi ir no zoológico de manhã, que era perto do meu hotel. Calma lá, eu ainda acho zoológicos bem polêmicos quanto ao seus valores para a conservação biológica e não concordo com muitas práticas. Mas acho interessante comparar zoológicos em diferentes partes do mundo. Infelizmente não consegui ir em um na Índia, mas fui em alguns na Austrália e no Brasil.

Entrada do zoo

O zoo foi uma surpresa: bem grande, com uma infraestrutura relativamente diferente da que estou acostumada no Brasil. Alguns recintos de animais eram bem legais para o público, como a do hipopótamo que a gente conseguia ver de baixo d’água. E tinham vários peixinhos no mesmo tanque que viviam "limpando" o hipopótamo, tem foto depois. O recinto das aves era bem grande, com direito a várias árvores, um riozinho e quedas d’água. Eu pude ver diversos ninhos de diferentes aves, e com filhotes! Foi bem interessante ver a importância que eles dão para os animais australianos – o recinto do Coala era super acondicionado e tinha diversos sinais para mantermos o silêncio enquanto estávamos observando o bichinho. Uma das coisa que eu fiquei mais chocada foi a “abertura” de alguns recintos. Como por exemplo o das focas, era só uma piscina grande e uma gradinha baixa separando os animais das pessoas. Qualquer um, mesmo uma criança se quisesse, podia entrar no recinto. É contranstante com os zoológicos do Brasil, em que eles tem que proteger os animais das pessoas de com grades altas e vidros. E no Brasil mesmo assim tem babaca que tem a capacidade de entrar no recinto dos animais e geralmente é quando acontecem os acidentes. É, essa é uma grande diferença que reflete a educação e valores morais dos dois países: eu acredito que tanto no Japão quanto no Brasil todo mundo sabe dos perigos de entrar no recinto dos animais, mas no Japão as pessoas RESPEITAM as regras.

Porém, o zoológico não foi uma total maravilha e exemplo a ser seguido, não. E olha que eu não sou especialista em zoológicos nem nada, mas não precisa ser um especialista pra notar o problema nesses recintos por um exemplo:

Sim, esse é o recinto do urso polar. Eles naturalmente vivem no pólo norte, onde a temperatura varia entre -43ºC e OºC. E eles estavam sendo mantidos num recinto ABERTO, com apenas um sprinkler (uma torneirinha) espirrando água pra lá e pra cá, supostamente pra “refrescar” os bichinhos. O dia em que eu fui no Zoo estava um calor por volta de 30 graus célsius! 30 GRAUS! Os ursos polares evoluiram no pólo norte, onde neva o tempo todo. Você acha que ele vive confortável em Osaka no verão?

Recinto de grande felino.... Minúsculo e totalmente artificial :(

Outro ponto também foram os recintos de alguns grandes felinos, como leopardos. Eram lugares muito muito pequenos, de dar dó! Tudo cimentado e com pedras artificiais, além de uma selva pintada na parede de trás. Agora me responde: um grande felino, quem na natureza tem um território equivalente à vários campos de futebol, você acha que ele é feliz vivendo num cubículo desses? O tamanho do recinto deve ser pouco maior que o meu quarto!

Eu consigo sentir só uma coisa olhando pra ele: dó.

Ah, e logo no comecinho do meu dia, reparei que tinha um cara sozinho também, visitando os mesmos recintos que eu. Não perdi tempo e fui falar com ele, né! Ele era coreano, e estava viajando sozinho o japão por alguns dias. Mas o inglês dele era péssimo, e ele era tão quietinho! Hehe mas tudo bem, foi bem divertido ter alguém pra passear comigo no zoo e ouvir minhas abobrinhas (apesar de que eu acho que ele não entendeu 70% do que eu disse). O nome dele era.... Na verdade eu deixei essa parte em branco pra tentar lembrar depois, mas não consegui. Ele tinha 19 anos coreanos (porque coreanos contam desde o tempo que você está na barriga da mãe, então é basicamente a idade normal +1 ano).

Meu amigo coreano que fiz no zoológico!

Depois do zoo fomos almoçar Takoyaki – umas bolinhas com polvo, especialidade de Osaka, e queimei meu céu da boca horrores. Foi tão dolorido hahaha! O [menino que não lembro o nome] queria que eu fosse com ele pra um passeio de barco durante a tarde, mas ele já tinha comprado o pacote, e pra eu comprar aquela hora era muito caro, então desisti dessa idéia.

Ok, isso é um diário, então contarei até as coisas mais envergonhantes e embaraçosas que fiz, e depois talvez eu edite pra postar no meu blog. Eu abaixei o Tinder no meu celular. Quando vi a foto de um cara pensei “só pode ser BR!”. E quando conversamos, não é que era mesmo? Ele também estava viajando sozinho o Japão mas estava em Tóquio, chegaria em Osaka um dia mais tarde. Mas ele me contou sobre Dotonbori, me disse que era o local mais famoso de Osaka, então decidi ir lá. Dotonbori é basicamente uma rua/região(?) do lado de um canal, onde tem INÚMEROS restaurantes e lojinhas. Sério, é muito muito mesmo. Tudo numa área só.

Dotonbori

Eu estava andando e tirando fotos em Dotonbori quando de repente alguém me para na rua. Foi tão fofo, ele queria me perguntar alguma coisa mas aí não conseguiu, se perdeu no inglês. Depois conseguimos nos entender, e ele queria perguntar se eu estava sozinha, porque ele também viajava sozinho. Ele era Yang gi Yeong, outro coreano, e falava um pouco de japonês. Ele era bem divertido, bem mais falante que o que eu conheci de manhã. Passeamos por várias lojinhas, se aventuramos a experimentar sorvete de maccha (chá verde), mas era tão ruim! Se tivesse açúcar seria mais gotoso.

Momentos antes de eu descobrir que o sorvete de chá verde era ruim!

Depois então peguei o facebook dele, e voltei pra casa pra tomar um banho e trocar de roupa. Combinamos de ir numa balada. Acabamos indo na Giraffe nightclube, que era em Dotonbori mesmo. A vida noturna em Osaka é uma delícia, vários jovens se reúnem naquela famosa ponte onde tem o símbolo do cara correndo da Glico. Eu só queria ser capaz de falar japonês, aí poderia conversar com todo mundo! Japoneses são muito educados, sempre vão te ajudar se você precisar de ajuda e perguntar. Eles conseguem responder perguntas simples em inglês como direções e onde é o banheiro, mas infelizmente 90% dos que eu conheci não tinha o inglês bom o suficiente pra engaijar numa conversa. E acreditem, eu tentei várias, várias vezes.

O nightclube.....

Preços de Giraffe Nightclube. Mas essa foto foi da noite seguinte, que tava mais barato. Apesa do japonês, até que dava pra entender :P

Eu tive que pagar 2000 ienes pra entrar, bem carinho! Pouco mais de 20 dólares australianos... Mas pra falar a verdade, valeu suuuuper a pena. Tanto que eu voltei nas outras 3 próximas noites ahahahah! As mulheres ganhavam um vale drink na entrada, e qualquer bebida lá dentro custava 600 ienes. Eu fui com o meu amigo coreano mas ao mesmo tempo fui tentando dar umas indiretas do tipo “E ai, você gosta de japonesas? Eles são fofas né!” “Hoje você vai ter que chegar em alguma japonesa!” hahahahhaha. Poxa, era minha primeira noite numa balada japonesa, eu queria aproveitar a balada e não ficar dando falsas esperanças pro menino. Eu dancei horroreeeeees, me diverti demais, cantei, dancei como se não houvesse o amanhã e vira e mexe a minha fixa caía “CARALHO, EU ESTOU NO JAPÃO!!!!!!” “ESTOU REALIZANDO O MEU MAIOR SONHO DE CRIANÇA!!. Acho que essa adrenalina louca e o fato de que as únicas coisas que eu tinha comido aquele dia eram o uma pequena porção de takoyaki no almoço e metade de um sorvete de maccha de tarde, foram responsáveis por me deixar bêbada. Além da promoção “compre 4 shots e pague 3” que eu e meu amigo pegamos não sei quantas vezes, e também de um cara que eu conheci na balada ficar me pagando shots de tequila toda hora. O engraçado é que eu não sentia que eu estava ficando bêbada, porque geralmente quando eu sinto que to começando eu paro. Mas naquela noite, a bebedeira inteira bateu de uma vez. Eu sei, foi irresponsável, foi loucura da minha parte ficar bêbada num país que eu não conheço com um cara que eu tinha conhecido naquele dia. Mas já aconteceu né, não adianta chorar pelo leite derramado. E eu me diverti tanto – até a parte que eu lembro, claro.

[sobre o nightclube: continua no próximo post...]

Agora, as fotos: